18 de junho de 2009

Sindicalistas estudam forma de reparar danos morais e financeiros causados aos jornalistas

A perda do diploma de jornalista não foi uma surpresa, mas a notícia foi recebida com tristeza e indignação pela categoria e representantes da classe. 'Com pesar, indignação e bastante preocupação pelo que pode acontecer daqui para frente”. Foi dessa forma que o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de Sergipe (Sindijor), George Washington, definiu a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que derrubou a obrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercício da profissão. Hoje, 18, às 19 horas, a direção do Sindijor se reúne para ver o que ainda pode ser feito para minimizar os danos causados aos profissionais de comunicação, já que a decisão não cabe recurso.“E vamos aguardar o posicionamento da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) para ver de que forma podemos entrar com uma ação para todos aqueles que se sentirem lesados. Quem vai reparar os danos materiais e morais de quem investiu a vida e o dinheiro nessa profissão?”, questionou. Para ele, o STF não só derrubou o diploma de jornalista, mas humilhou toda categoria.“Eles abriram uma brecha para que qualquer pessoa, mesmo sem formação, possa reportar uma informação. Essa pessoa vai ter condições de fazer isso? É preocupante e não aceito o pressuposto de que têm outros países, como os Estados Unidos, que não cobram o diploma de jornalista. Porque esses países exigem que tenham, ao menos, outra formação para exercer essa profissão”, disse George Washington.
É poder absoluto para a classe patronal, diz o jornalista Cristian Gois
Para o jornalista e ex-presidente do Sindijor, Cristian Góis, o fim da exigência do diploma de jornalista parte de um conjunto de ações que objetiva o desregulamento de todo seguimento da Comunicação. “Já se passaram 20 anos da constituição e, nesses anos ainda não regulamentaram o capítulo 5º, da Comunicação Social. O fim da Lei de Imprensa também ajudou a desregulamentar a profissão. Então, o fim do diploma está dentro de todo processo de regulamentação. É poder absoluto para a classe patronal. Portanto, para mim, não foi uma surpresa”, declarou ele, acrescentando que as mudanças no setor de comunicação virão, mas a longo prazo.“E não só para o jornalista. Vai se atacar também outras classes”, completou. Embora o sentimento seja de pesar, ainda não foi declarado o fim dessa luta. “Uma das minhas propostas é divulgar para a sociedade o nome das empresas que contratam profissionais sem diploma. O cuidado que elas têm com a informação que passam. Também proponho entrar com pedido de ressarcimento. Porque essa decisão causou um prejuízo real à classe”, destacou.Cristian Góis lembrou ainda que a decisão do STJ é o rebaixamento completo dos jornalistas, em concursos públicos. “Vai prejudicar muito. O jornalista vai estar enquadrado em que nível se nem o ensino médio, nem o fundamental, exigem para o exercício da profissão?”, questionou.
Fonte: Moema Lopes, de Aracaju

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